Há algumas diferenças entre o Espanhol da Espanha e o latino-americano que devemos nos atentar.
Afinal, estudamos o Espanhol para nos comunicarmos com precisão. E regionalismos e expressões podem se manifestar barreiras, em algumas situações.
Desse modo, ao travarmos comunicação com hispanófonos, é bom sabermos o que nos espera. Uma reunião com panamenhos? Ou, quem sabe, um passeio com mexicanos?
Hoje, você conhecerá algumas diferenças entre o Espanhol da Espanha e o latino-americano. Este conhecimento facilitará sua desenvoltura ao lidar com hablantes de la lengua en el mundo.
Você me acompanha?
As influências que formaram o Espanhol da Espanha e o latino-americano
Embora obedeçam a uma mesma Gramática, o Espanhol da Espanha e o latino-americano possuem suas diferenças.
Trata-se de um processo natural a qualquer idioma: o local, o contato com outras culturas e uma série de outros fatores promovem mudanças.
E não precisa ir muito longe. Basta pensar na língua portuguesa. Mesmo em Portugal, não se fala do mesmo modo em todos os lugares.
O Português de Lisboa é bastante diferente, já, do de Trás-os-Montes. Comparando com o falado em São Paulo, por exemplo, a diferença grita mais.
Porém, se pegarmos São Paulo e Cabrobó, em Pernambuco, outras discrepâncias enormes se apresentam.
Como é com nossa língua, assim é no Espanhol. O Espanhol da Espanha sofreu afetações durante as invasões bárbaras. O vocabulário cresceu, e modos foram assimilados.
Há, ainda, a grave influência árabe, durante a dominação muçulmana. Todos esses elementos contribuíram com a formação do Espanhol da Espanha.
Mais tarde, com a colonização das Américas, novos contatos produziram alterações. Desta vez, os responsáveis foram os ameríndios e os imigrantes.
Analisando o Espanhol do Paraguai, notamos a presença dos nasais. Eles são fonemas importantíssimos do Guarani, falado ainda hoje por lá.
Por outro lado, em Buenos Aires, tudo acaba em xis. E devemos isso à imigração massiva de italianos.
Esses contatos e trocas são importantíssimos. Eles criam a identidade local do idioma, e o engrandecem.
Fica um pouco mais “complicado” para quem está aprendendo. Mas com paciência e doação, torna-se completamente possível desenvolver-se neste contexto.
Latino-americano não é latino, tudo bem?
Uma curiosidade importante, aqui, repousa no termo “latino”. Por conta do peso cultural estadunidense, acabamos crendo que somos latinos. E o somos mesmo?
Ocorre que latinos são todos os que participam da cultura do Lácio. Ela foi disseminada pela Europa através da dominação do Império Romano.
Sendo países colonizados pela Europa, somos, também, latinos. Contudo, para mais precisão, somos latino-americanos. Afinal, houve variáveis diferentes em nossa formação cultural.
Assim, sendo precisos, o Espanhol da Espanha é latino. O da América do Sul é, por sua vez, latino-americano. Combinados?
As principais diferenças entre o Espanhol da Espanha e o latino-americano
De imediato, basta ouvir o Espanhol da Espanha para encontrar diferenças. Isso ocorre por conta das questões culturais antes mencionadas.
Todavia, mesmo lendo um texto informal, encontra-se discrepâncias importantes. Elas podem ajudar ou atrapalhar a plena compreensão de um conteúdo.
Desse modo, resumindo, temos duas principais diferenças entre o Espanhol da Espanha e o latino-americano: pronúncia e vocabulário.
Que tal vermos, com mais profundidade, cada uma delas? Vem comigo?
A diferença fonética
Quando falamos de diferença fonética, nos referimos ao som das letras. Ela deriva tanto de sotaques quanto de outros caracteres culturais.
E, trazendo o exemplo novamente para o Português, basta pensar nas infusões: o “R” nordestino não é completamente diferente do “R” mineiro?
Ocorre que a pronúncia principal de uma região baseia-se na cultura do povo que a habita. No Nordeste, não houve grande influência ameríndia. Houve, sim, influência holandesa e espanhola.
Por conta disso, o Nordeste não tem o “R” dito “puxado”. Ao dizer-se “porta”, há um “R” curto e arranhado. O mesmo que se usa para dizer “rato”.
Por outro lado, no Sul e Sudeste, é comum que a “porta” soe “porrrrrta”. Em vez do “érre”, costuma-se falar o “ére”, mais sonoro, com a língua pressionando o céu da boca.
No Espanhol também há essas manifestações culturais. A mais simples de identificar repousa no “LL”.
Ao dizer que fala Castelhano, um hispanófono nascido na Europa haverá de falar como o nosso “LH”. Soará, portanto, “castelhano”.
Já um argentino de Buenos Aires, ao dizer o termo, soará chiado. Ele não dirá “castelhano”, mas algo parecido com “castejano”.
O mesmo ocorre com a letra “Z”. No Espanhol da Espanha, a língua torna-se presa. Como a cobra Celeste, do Castelo Rá-Tim-Bum. “Zapata”, então, soará com essa língua presa.
Porém, nos países que falam Espanhol na América do Sul, esse “Z” soará com um “S” qualquer. O Senhor Zapata, então, terá seu nome dito como “Sapata”. Simples assim.
Diferenças estruturais na escrita do Espanhol da Espanha
Há, ainda, algumas diferenças que se manifestam na escrita do Espanhol da Espanha. Dentre elas, o uso de pronomes se destaca.
No Espanhol da Espanha, por exemplo, há formas específicas de pronomes de tratamento. Diferentemente da América Latina, os espanhóis utilizam:
- Vosotros: como forma plural de uso informal;
- Ustedes: também no plural, porém com uso formal.
Já no Espanhol latino-americano, informalmente usa-se “Tú”. A forma “Usted”, mais formal, é praticamente ignorada.
Seguindo nas diferenças estruturais, temos o caso de aplicação do passado. No Espanhol da Espanha é comum utilizar o verbo haver. Na sequência, o verbo principal vai no particípio:
Ayer no he dormido bien
Por outro lado, no Espanhol latino-americano, o próprio verbo estaria no passado:
No dormí bien anoche
Termos diferentes no Espanhol da Espanha e latino-americano
Por fim, há palavras que possuem significados ou formas distintas, entre os continentes. Obviamente, isso ocorre mesmo dentro de um mesmo país.
Porém é importante conhecer as formas utilizadas, ao se visitar um dos países que falam Espanhol.
Um exemplo formidável é nosso amigo, o ônibus. Há formas específicas para se referir ao “busão” em cada países hispanófono. Confira:
- Autobús: utilizado na Espanha e em partes da América do Sul;
- Bus: comum na Colômbia e em algumas capitais;
- Camión: especificamente utilizado no México;
- Coletivo: a forma mais utilizada em Buenos Aires e região;
- Guagua: regionalismo presente em alguns locais da América Central.
Por isso, antes de se comunicar ou viajar para um país, é importante estar por dentro. Assim, você desenvolve melhor sua expressão e, de quebra, ainda aprende termos novos.
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E então? Que palavra você conhece que é diferente no Espanhol da Espanha ou no latino-americano? Vamos, juntos, aprender uns com os outros?
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